quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Declaração da OMS e O caso da Violência Obstétrica no Brasil e no Mundo




“No mundo inteiro, muitas mulheres sofrem abusos, desrespeito e maus-tratos durante o parto nas instituições de saúde. Tal tratamento não apenas viola os direitos das mulheres ao cuidado respeitoso, mas também ameaça o direito à vida, à saúde, à integridade física e à não-discriminação. Esta declaração convoca maior ação, diálogo, pesquisa e mobilização sobre este importante tema de saúde pública e direitos humanos.”
Organização Mundial da Saúde

 
Como já disse neste blog, mais especificamente neste post aqui, entendo perfeitamente as mulheres do Brasil que têm por preferência, ás vezes desde o início da gestação, a cesárea eletiva.

Relaciono esta pavorosa onda de cesárea eletiva que ocorre no Brasil, principalmente nos hospitais particulares, não só à comodidade dos médicos ou à questões financeiras, mas também ao fato da Violência Obstétrica.

Lembro, desde criança, de ouvir histórias horríveis sobre parto normal. E ainda escuto. É mãe que fica amarrada na cama, pai que não pode acompanhar a gestante durante o trabalho de parto, corte indiscriminado na região genital, proibição de se alimentar, movimentar ou de escolher a melhor posição para o expulsivo, além de ouvir coisas como “na hora de fazer você não gritou né?” ou “pare de gritar se não teu bebê vai nascer surdo”.

Tudo isso é muito mais normal de acontecer do que a gente imagina. Lembro de uma amiga de minha mãe que estava contando sobre o parto normal de sua filha e ela dizia: “Não podemos nem chamar de parto normal. Aquilo é parto “anormal”, isso sim!!”

Pois é. É por isso mesmo que muitas mulheres escolhem a cesárea sem nem pestanejar. Toda essa violência em relação ao parto normal que foi criada ao longo do tempo no Brasil causou essa preferência pela cesárea. Ela é prática e quase indolor, na maioria dos casos. Mas ela não é tão saudável quanto o parto normal, infelizmente. Sabemos que a OMS recomenda um máximo de 15% de cesáreas, que seriam as cesáreas que realmente necessárias, as que realmente salvam vidas. Hoje, no Brasil, existem hospitais com praticamente 100% de cesáreas. Claro, a maior parte, cesáreas eletivas. E eletivas por que? Porque as mães criaram consciente ou subconscientemente um medo gigantesco do tal parto “anormal”.

Sim, o parto normal hoje no Brasil, aquele convencional, cheio de intervenções desnecessárias, é horroroso. É uma Violência Obstétrica por si só.

E é por isso que a OMS vêm novamente em auxílio à saúde coletiva e lança um documento maravilhoso que você pode acessar abaixo.



 

 
 #VOBR2014

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

As primeiras quatro estações completas!



Hoje nossa pequena faz 1 ano de idade. Comemoramos, claro, o seu nascimento, mas comemoramos também o meu renascimento como mulher e o nascimento da nossa família.
Há um ano atrás, eu estava sentindo as dolorosas contrações que trariam minha filha para o mundo. Temos que comemorar. Nós conseguimos!
Conseguimos recepcionar a Lina nesta Terra da maneira que julgamos a mais respeitosa possível. Há um ano a Lina nascia em um quarto escuro, silencioso, através de parto normal, através das minhas forças naturais, apoiadas pelo grande amor do pai dela, e ao canto dos passarinhos ao amanhecer.
Há exatamente um ano sentíamos a energia mais maravilhosa que existe no mundo: o nascimento. E foi realmente incrível! Lina foi imediatamente colocada em meus braços e pudemos olhá-la tranquila, abrindo os olhos sem chorar.
E neste um ano que passou, dentre todas as dificuldades da maternidade/paternidade, tenho que dizer: foi o ano mais incrível de nossas vida! Cada segundo olhando seu rostinho, cada momento de descobertas, de desenvolvimento, de beijos e abraços. Foi tudo perfeito demais!
Para mim, foi um ano lendo e estudando muito e tomando difíceis decisões sobre diversos assuntos relacionados à maternidade. Decidimos usar fraldas de pano, não dar qualquer tipo de alimento industrializado, não dar açúcar, não pôr para assistir TV. Decidimos que ela dormiria em nossa cama.
Temos que comemorar. Todas nossas escolhas conscientes têm dado certo.
Em um ano, Lina aprendeu a ficar de pé, já dá uns passinhos e até dança um rebolado. Já tomou banho de mar e de cachoeira e até pegou carrapato. Ela dá muita risada, ganhou dois dentes, e já finge que fala algumas palavras. Lina come de tudo e já manda ver no arroz e feijão – sempre com algum legume e verdura. Adora fruta. Adora cachorro. Adora passarinho. Adora livro. E nem liga pra televisão.
É, temos que comemorar.
Lina, que Deus abençoe todos os seus próximos anos de vida, assim como abençoou este seu primeiro ano.
Parabéns filha!