“No mundo inteiro, muitas mulheres sofrem abusos, desrespeito e maus-tratos durante o parto nas instituições de saúde. Tal tratamento não apenas viola os direitos das mulheres ao cuidado respeitoso, mas também ameaça o direito à vida, à saúde, à integridade física e à não-discriminação. Esta declaração convoca maior ação, diálogo, pesquisa e mobilização sobre este importante tema de saúde pública e direitos humanos.”
Organização Mundial da Saúde
Como já disse neste blog, mais
especificamente neste post aqui, entendo perfeitamente as mulheres do Brasil
que têm por preferência, ás vezes desde o início da gestação, a cesárea
eletiva.
Relaciono esta pavorosa onda de cesárea
eletiva que ocorre no Brasil, principalmente nos hospitais particulares, não só
à comodidade dos médicos ou à questões financeiras, mas também ao fato da
Violência Obstétrica.
Lembro, desde criança, de ouvir histórias
horríveis sobre parto normal. E ainda escuto. É mãe que fica amarrada na cama,
pai que não pode acompanhar a gestante durante o trabalho de parto, corte
indiscriminado na região genital, proibição de se alimentar, movimentar ou de
escolher a melhor posição para o expulsivo, além de ouvir coisas como “na hora
de fazer você não gritou né?” ou “pare de gritar se não teu bebê vai nascer
surdo”.
Tudo isso é muito mais normal de acontecer do
que a gente imagina. Lembro de uma amiga de minha mãe que estava contando sobre
o parto normal de sua filha e ela dizia: “Não podemos nem chamar de parto
normal. Aquilo é parto “anormal”, isso sim!!”
Pois é. É por isso mesmo que muitas mulheres
escolhem a cesárea sem nem pestanejar. Toda essa violência em relação ao parto
normal que foi criada ao longo do tempo no Brasil causou essa preferência pela cesárea.
Ela é prática e quase indolor, na maioria dos casos. Mas ela não é tão saudável
quanto o parto normal, infelizmente. Sabemos que a OMS recomenda um máximo de
15% de cesáreas, que seriam as cesáreas que realmente necessárias, as que
realmente salvam vidas. Hoje, no Brasil, existem hospitais com praticamente
100% de cesáreas. Claro, a maior parte, cesáreas eletivas. E eletivas por que?
Porque as mães criaram consciente ou subconscientemente um medo gigantesco do
tal parto “anormal”.
Sim, o parto normal hoje no Brasil, aquele
convencional, cheio de intervenções desnecessárias, é horroroso. É uma
Violência Obstétrica por si só.
E é por isso que a OMS vêm novamente em auxílio
à saúde coletiva e lança um documento maravilhoso que você pode acessar abaixo.
#VOBR2014